sexta-feira, 28 de abril de 2017

PEDRO II por uma Res-pública 2/2

Por uma Res-pública
Por uma releitura da proclamação da república, ou da Res-pública em 2 capítulos, por enquanto.

1.   2 Pedro II e o penal


Se compararmos o fato que ocorreu em São Paulo no metrô  da estação Pedro II com o que ocorreu no colégio Pedro II – ocupação dos alunos - teremos outra visão da mesma realidade. Estes dois eventos, ocorridos no ano de 2016, nos ajudam a ter um outro retrato da República do Brasil, proclamada já há tantos anos.

O crime que ocorreu na estação Pedro II do metrô pode ser considerado grave, não apenas pela morte, mas pelas pessoas envolvidas. Um vendedor de balas brutalmente assassinado por proteger a diversidade já seria assunto para muitos debates, inclusive para se pensar a maioridade penal.

Porém o que desejo questionar aqui é sobre a independência e sobre a liberdade. Neste assunto, tentando excluir o quanto for possível de nossas paixões, nossas emoções no  episódio do metro, poderemos ainda nos interrogar sobre o nível de autonomia que deve ter um sujeito. Se todo sujeito é social, então, qual seria a liberdade possível de um sujeito em detrimento da liberdade de um outro? O que deveria ser autorizado? E o que é realmente é autorizado legalmente? O que é autorizado informalmente?

     Essas perguntas que já foram feitas muitas vezes, sempre precisam se tornar centrais. Que autonomia temos sobre determinadas responsabilidades? Podemos até comparar os estudantes de colégios públicos, como o Pedro II, em uma comparação forçada, qual seria o crime cometido por eles, pelos alunos na ocupação? Para pensarmos nisso, talvez seja necessário pensar em tudo que representa uma tomada das escolas públicas por estudantes. Pensarmos em quanto vale o estudo hoje? Qual é a relação possível entre o que se paga e o que se tem de formação. E o que é formar hoje em dia?

      Numa época de informação sem censura, como a que temos por meio da internet, buscar a diferença entre formação e informação talvez seja uma função educativa, dentro ou fora das escolas.

       Pensarmos no tempo em que um colégio como o Pedro II foi fundado e por quê se torna também urgente. Pensarmos em como são educados os imperadores, como fora o nosso Pedro II, também está dentro desta pauta. Não precisa ir muito longe para compreender que a educação vale algo. Quanto vale o ensino público hoje? E o particular? Há alguma diferença? Quem financia cada um deles? Quem se beneficia de cada um deles?

       Talvez seja necessário este tipo de comparação, mesmo que sejam muito diferentes as questões, para que possamos compreender melhor o quanto é preciso descolonizar esse nosso olhar para que possamos enxergar a possibilidade de futuro que temos hoje. Refletir sobre o que foi feito no passado também pode ajudar a, de um jeito mais abrangente, o momento presente,  e isso é sempre urgente.

       Liberdade deitada em berço esplêndido.

Nessa caricatura, criada pelo Angelo Agostini em 1882 para a Revista Illustrada, D. Pedro II está sendo derrubado do trono (Foto: Instituto de Estudos Brasileiros – USP, São Paulo) retirada do site: http://www.editoradobrasil.com.br:81/blog-da-gabi/charges/



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