domingo, 2 de abril de 2017

Momento de ACHISMO nada científico: ESTÁTUAS


Interessante pensar em como registramos ou o que escolhemos registrar. O registro faz parte de uma história, que pode ser individual ou social, coletiva. A escrita é uma forma de registro, porém outra forma de registro são as estátuas espalhadas pela cidade. Pensar no que está registrado nos locais públicos da cidade é também um caminho de compreensão da nossa história coletiva.  O que escolhemos? O que temos escolhido registrar nos últimos anos?
É claro que quando se trata do registro escrito estamos mais íntimos da forma de análise que separa em períodos de tempo, em períodos divididos em anos e seus temas. Os períodos literários são uma das formas bastante divulgada de uma compreensão de como compreendemos o mundo. No estilo de época, podemos encontrar algo em comum entre as obras de determinado período, pensando o tempo linearmente.
Neste momento, tomada pelo pensar em forma de estilo de época, generalizando o olhar, vislumbro esta mesma diferença nas estátuas que compõem a paisagem das cidades.  Aqui em Niterói, bem perto da minha casa passo no caminho por bustos, provavelmente de bronze. Começo a pensar sobre eles, busto de Dom Pedro II, busto de Santos Dummont. Na época em que foram feitos e produzidos, talvez fosse uma facilidade técnica que os fizessem assim, somente a cabeça. A ênfase na mente enfatiza ainda uma desconexão com o corpo. Talvez tenha sido um pensamento da época. Se olharmos para a educação no inicio do século, veremos que foi assim. 
A ênfase em nas ideias, também justificam um registro que enfatize a mente. As personalidades escolhidas para um registro nos caminhos da cidade também dizem da valorização por criações, invenções, ideias novas e mais uma vez as ideias como centro. O masculino indica, não uma opção, mas talvez a única possibilidade em uma sociedade ainda de personalidades femininas escamoteadas.
Agora, olhando as produções recentes, vejo um reflexo diferente de pensamento. As estátuas, principalmente as do Rio de Janeiro, são de escritores e artistas, em massa. Escritores consagrados, mas atualmente pouco lidos, Drummont e Clarice Lispector (o feminino agora já aparece na cidade). Agora em corpo inteiro os registros mostram os afazeres, de um escritor e uma autora que observam a paisagem, entre outros. O pensamento mais ainda o criativo nos chamam atenção. Não sei se esse registro estático das estátuas são como resultados de algo que não faz mais parte deste cotidiano. Não sei se como um olhar de Medusa nós transformamos em pedra e não podemos is ter contato. espero mesmo que não.

Com tantas estátuas homenageando escritores e escritora, compositores e cantores no Rio de Janeiro, penso num  “estilo e  estatuário” que  seria uma analise entre os tempos  e as criações das estatuas da cidade. Mas tudo isso é só uma achismo, não tem nenhuma ciência, nenhuma pesquisa, nenhuma foto, nenhuma comprovação. Fica o convite para olhares da/a cidade.

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